Conexão Bauru

A sensação foi boa. A de viajar pela primeira vez, a trabalho, para a região onde nasci, e participar de um debate com profissionais de saúde mental sobre o tema psicofarmacologia e psicoterapia. Eu cheguei em Bauru, recebido por um tio e uma prima e iniciei o debate no Cinema 1, uma das casas mais sofisticadas do país, sobre automação doméstica, instalação de cinemas em casas e prédios, que pertence a meus primos, gentilmente cedido para o evento. Até o aspirar poeiras nas nossas casas não será o mesmo, depois de conhecer essa loja (fiz propaganda).

Com equipamentos sofisticados e uma platéia atenta, discutimos um tema ainda polêmico, que nos refaz pensar no diagnóstico das psicopatologias e nos incita na aproximação entre médicos prescritores de medicações e psicoterapeutas, a meu ver, muito distantes entre si. Para um país, cujo os eleitores se preparam para decidir nosso futuro, uma sexta de noite falando de psiquiatria, foi um alívio para escaparmos um pouco do assunto político conturbado, e as vezes desagradável de discutir.
Uma querida colega da Associação Brasileira de Psiquiatria Cultural, ainda quando eu estava embarcando, me enviou um artigo de Reinaldo Azevedo, autor do País dos Petralhas. A intenção dela era para que eu refletisse sobre as minhas convicções políticas. Ele, criticando a direita, alertava que votando no Jair Bolsonaro, correríamos sérios riscos de estarmos reeditando através do voto, um pedido da volta à repressão e à ditadura, como mostra a história com várias personagens do mal, dentre eles os conhecidos Hitler, Mussolini, Perón, Chaves, e Edorgan (este da Turquia, pregando a volta do glorioso império Turco-Otomano). Citou a forma como Fujimori chegou ao poder e a inocência dos peruanos ao elegê-lo. Dizia, o jornalista, que deveríamos aprender com a história. E convenhamos, será que aprendemos alguma coisa com o nosso passado? Em nenhum momento, o referido jornalista, aponta para a real motivação de milhões de brasileiros de querer ser governados com ética e sem corrupção. Para o jornalista, talvez, a questão do crime organizado decidir a gestão do Brasil parece ser irrelevante.

Bauru, ficou conhecida no Brasil, graças a um sanduíche que leva o seu nome e que foi criado por um advogado bauruense no bar Ponto Chic em São Paulo. Isso foi por volta de 1934, quando ele cursava direito na USP. Mas Bauru é terra também do Marciano, destacado agora pela musica de Mayk & Rey, meus amigos sertanejos de Florianópolis: "Canta Mais Uma do Marciano" (fiz outra propaganda)(https://www.youtube.com/watch?v=H0pZrV8qoXA).

Na cidade uma Maria Fumaça, exposta numa praça, me faz sonhar com um Brasil repleto de ferrovias, unindo o vasto território nacional, com segurança e economia de combustível. Este Brasil ainda não aconteceu e as discussões sobre nosso futuro, ainda permanece polarizada e nosso destino indefinido. O jornalista Azevedo, supra citado, sem sequer fazer referência a questão ética, alerta sobre a volta da ditadura, que ao invés de se restringir ao mandato de Castelo Branco, que prometeu que haveria eleições em breve, se estendeu por anos, com a desculpa da ameaça comunista.

O período militar, apesar de ter trazido prosperidade a nação, também teve excessos pela repressão, assassinatos e censura. Depois desse período, os que eram de direita e simpáticos ao poderio militar se retraíram, dando lugar a nós, orgulhosos de combater a ditadura militar. Nós nos entendíamos como mais humanitários e voltados ao social. Agora, depois do desastre ético dos nossos representantes de esquerda, o Partido dos Trabalhadores (PT), somos nós quem estamos nos retraindo. A revolta que toma conta de muitos brasileiros, principalmente dos que, como eu, votaram no PT, foi pela mentira descarada, pela vergonha de nos ter traídos. Para ganharem a eleição, os que se anunciavam como paladinos da ética, compuseram com o PMDB da época (aprendendo ou ensinando a roubar). Manipulando a opinião pública, lançaram uma campanha dizendo que o impedimento da presidente Dilma foi um golpe. Só se estivessem falando de um golpe dos comparsas, que assumiram o poder, através do vice Michel Temer. Será que pensam que irão enganar a todos e por muito tempo? Os de centro, que reúne a maioria dos brasileiros, mesmo com esforço, neste momento parecem apresentar uma tendência em buscar os representantes da ordem, que estão à direita.

Em san consciência, quem desejaria o Comunismo, ou a permanência do Crime Organizado governando nosso país? Quem aprovaria uma corrupção incrustada em diversas instituições públicas, como vem sendo desvendado pela Polícia Federal e o Ministério Público? O que me intriga ainda mais é saber que amigos meus, pessoas que eu admiro, que compartilham comigo as mesmas ideologias humanitárias, estão neste momento, recorrendo à critérios diferentes para a escolha de seus candidatos. Inclusive eles estão pensando o mesmo de mim. Até alguns de nossos ídolos (Chico, Caetano, Martinho de Vila e agora vi também a Daniela Mercury, mas desta é possível entender se verificarem o quanto ela foi agraciada pela Lei Rouanet nos últimos tempos), não estão focando num saneamentos da nossa política, e usando esse critério para fazer suas escolhas de um candidato a presidência. A simpatia do povo brasileiro pelos militares, manifestado ultimamente e com mais intensidade durante a recente greve dos caminhoneiros, não foi porque esquecemo-nos da ditadura, mas as nossas cabeças procuram no passado uma solução para o presente, nostalgicamente. Fizemos isso em plena ditadura, quando o Brasil passava por uma crise, sentindo saudades dos Anos Dourados, época em que Jucelino construiu Brasília. Diante dos impasses da recente república do Brasil, alguns chegaram a manifestar saudades do tempo do império. E agora também em Lins, onde eu me encontro revendo meus amigos de colégio, que sempre repetem como era nossa vida nos tempos de colégio, na década 70. A vida que tínhamos, o respeito aos professores e sobretudo, nossa liberdade, comparado com nossos filhos e netos nos dias atuais.

Em Lins, cidade onde nasci, e de onde agora escrevo, alguns conterrâneos foram presos pelo envolvimento com a corrupção, trabalhando por empresas descobertas pela Lava Jato. Esta semana, mesmo, chegou o mandato de prisão para mais uma personagem importante de minha cidade natal. Será que alguns de meus amigos duvidam dos fatos descobertos? Ou pensam, já que todo mundo rouba, melhor é deixar o Lula e sua quadrilha roubar, porque ele distribuirá uma parte aos pobres. Por outro lado, como é que alguém de esquerda seria capaz de escolher o candidato Jair Bolsonaro nesta eleição, abrindo mão de suas ideologias, mesmo que hoje elas estejam conturbadas pelas ações de governo destes últimos 16 anos? Estaríamos pagando uma penitência nessa escolha pela direita, pelo erro das escolhas anteriores, em benefício da ordem no país?

Falar de esquerda e direita, como posições consolidadas na política não é simples. Precisamos considerar a etimologia do termo, que veio provavelmente da época da Revolução Francesa distinguindo os revolucionários, daqueles que apoiavam o rei. Durante a Guerra Fria, os americanos representavam a direita, enquanto que a União Soviética representava a esquerda. No decorrer da história, com a dissolução da URSS, cuja capital era Moscou, a esquerda foi encolhendo. Hoje, até Cuba comunista, vem mudando seu regime, com uma abertura gradativa. A Coreia do Norte, em se fala. Vocês leram "Fuga do Campo 14" de Blaine Harden? Trata-se da dramática fuga de um prisioneiro, que nasceu num campo de concentração, onde os pais foram torturados e mortos. Atualmente esse país vem cedendo também para uma gradativa abertura. Mesmo que diversos integrantes da esquerda propague um Comunismo nos moldes de uma ditadura do proletariado, eu e muitos dos meus colegas jamais pensamos assim. Queríamos uma distribuição melhor de renda e aumento dos recursos sociais, baseado em modelos, que mais se assemelham aos exemplos de países do Norte da Europa. Podem nos chamar de socialistas, mas não de comunistas, porque soa mal. Hoje a esquerda comunista nem tem exemplos para dar de lugares que prosperaram com essa ideologia. Mesmo a China, comunista politicamente, com as repressões habituais, é super capitalista, disputando com os Estados Unidos, os mercados mundiais. Um psiquiatra Chinês, que também participou, como eu, do simpósio de Psiquiatria Cultural na Universidade de Pequim, relatou a história de sua avó, que escondia por baixo da toalha da mesa, a pintura das teclas de piano, e quando podia ficava tocando nostalgicamente. Disse que a avó podia tocar antes da revolução, e depois foi proibido pelo regime comunista, que condenava qualquer instrumentos do ocidente. Outro psiquiatra presente falou, ainda com certo cuidado, que a religião católica de sua família foi substituída por outra quer reverenciava Mao Tse-tung. O ditador tomou o lugar de Jesus para ser adorado. Cerca de 70 milhões de pessoas perderam a vida, sob a responsabilidade deste ditador. O contraste das Coreias, mostram a vida sob o regime comunista na Coréia do Norte, apoiada pela China e a próspera e exemplar Coréia do Sul, apoiada pelos EUA e com uma política que é referência mundial, voltada a educação.

Num grupo de estudo sobre Pós Capitalismo, que vem ocorrendo na casa do professor Edmundo Arruda, colaborador do Blog da ABE, os participantes tem dificuldades de definir esquerda e direita ao se referirem à política. Este grupo, baseado em revisões recentes, reflete como será o futuro da economia do mundo atual, com tantas transformações proporcionada pela tecnologia. Desde a Revolução Industrial, um economista russo previa que enfrentaríamos ondas de prosperidade, que se alternariam com depressões. Outros teóricos fizeram uma analogia destas ondas, no terreno econômico, com outras no âmbito social. De fato o mundo tecnológico atual, contribui com melhores condições de vida, porém a previsão é que ampliará ainda mais o abismo de diferenças de poder aquisitivo entre as classes sociais. As teorias marxistas relacionando força de trabalho e o capital ficaram de pernas para o ar na era digital. Para alguns, bastaram apenas a ideia para se tornarem muito ricos. Um mundo incrível para disseminar informações, as vezes falsas, como foi a pauta relacionando a vitória do improvável Trump nos Estados Unidos, graças as "fake news" sobre sua rival Clinton.

Os eleitores de Bolsonaro, que venho encontrando por toda parte, na maioria deles, estão votando por protesto. Por todo lado onde passei, e pertencentes a toda classe social, encontro estes eleitores que dizem não querem ser mais enganados. Reconhecem candidatos melhores e éticos também, mas sem a firmeza deste candidato que parece falar a língua deles e de forma objetiva. Outros expõem uma forte rejeição, alegando que Bolsonaro representa o retrocesso, o autoritarismo. Porém, expressar o interesse por alguns candidatos, como Jair Bolsonaro, provoca também uma forte rejeição naqueles que só enxergam nele a oposição de suas ideias ou temem pelo pior. Sentimentos de intolerância pode ser muito grave e gerar prejuízos nas relações, e entre nações, provocar guerras. Hoje meu irmão alertou para maneirarmos expor nossas opções políticas, no chat da familia pelo whatsapp. No Brasil este ponto político de discórdia gera mais tensão que as tensões geradas por diferenças de classe social ou religiosa. O mundo ainda não esta livre da intolerância religiosa, como ainda vemos no noticiário. Até mesmo intolerância racial ainda preenche manchetes dos jornais. A Revolução Feminina, fora de moda no ocidente, ainda não aconteceu na Arábia Saudita, onde elas acabaram de obter o direito de dirigir carros. Porém, seus corpos, ainda precisam estar bem escondidos e a obediência ao homem é diferente de como ocorre no mundo ocidental. A homossexualidade, desde longa data, deixou de ser considerada doença pela psiquiatria. Nos últimos 12 anos, cerca de 21 países não mais prenderão homossexuais. Agora, dos 193 membros da ONU, somente 71 países ainda consideram a homossexualidade um crime. Deveria ser nenhum, se prevalecesse nestes locais o bom senso e a humanidade.

Discussões sobre alternativas de gênero foi ressaltada na publicação da National Geographic em Janeiro de 2017. Diversos exemplos científicos, discussões filosóficas e o próprio apelo dos protagonistas não nos deixam duvidar que o gênero não pode ser divido apenas entre masculino e feminino. O polêmico candidato, mais uma vez Jair Bolsonaro, foi porta voz de famílias, algumas por preconceito quanto a este assunto e outras, criticando a inversão da ordem, foram críticas dos espaços criados na mídia, apresentação de personagens em novelas, para discutir esse assunto. O gênero diferente, que era para ser uma manifestação de uma minoria, passava a ser propagado em forma de incentivo, para esses críticos. Um dos candidatos, que no governo Lula, ocupava um cargo de Ministro da Educação, foi vítima de uma campanha difamatória: o kit Gay. O kit foi preparado na gestão de Fernando Haddad, hoje representando Lula, o amigo preso, candidato a presidência do Brasil. Com objetivo inicial de diminuir a homofobia nas escolas, a proposta foi recebida pela sociedade mais como uma sexualização da criança e perversão da ordem.

Outras discussões polêmicas, são abordadas com cuidado pelos candidatos, como a legalização do aborto, pois grupos, alguns religiosos, são radicalmente contra. Os que são a favor, querem diminuir o número de morte de mulheres que, consideravelmente na sociedade, falecem nas tentativas clandestinas de abortar. O que quer dizer? Os contrários a legalização não são sensíveis ao falecimento desta mulheres? O bom senso não deixaria aos serviços de saúde, composto por profissionais de várias especialidades, decidir quando é necessário um aborto? Até mesmo, o que é mais sensato, é evitar que uma mulher fique gravida se não for o seu desejo. E o caso dos imigrantes, africanos e sírios na Europa e, na América do Sul, a situação dos haitianos vindos ao Brasil e o recente êxodo dos venezuelanos fugindo da miséria e tensões em seu país. Nós brasileiros recebemos muito poucos imigrantes e parecemos não estarmos tão preparados para atos de solidariedade. E o que dizer da política xenofóbica do presidente americano, contrariando a vocação consagrada por anos, de um país que tanto acolheu estrangeiros? Nosso mundo de ególatras, num ocidente com tendência ao individualismo, estaria ele triunfando sobre a solidariedade, que também é uma propriedade humana? Viemos de um único ser, provavelmente da África, e podíamos ser uma grande família mundial, agindo sinergicamente para o bem de todos e do planeta, se não fosse uma característica humana que está estragando tudo. Qual seria esta característica?

Empresários de Bauru, que já teve um ex-prefeito preso por corrupção, lamentam que a cidade vem perdendo suas indústrias e desenvolvimento, para cidades vizinhas. Bauru, ainda é uma das cidades mais populosas da região centro-oeste, e segundo uma das participantes do debate, chegou a ter o maior número de psicólogos por habitantes. Mas o que determina a escolha de candidatos tão diferentes, escolhido por pessoas com ideias tão parecidos, como está acontecendo entre eu e meus colegas na escolha de um candidato? Eu estaria conseguindo abrir mão de posições ideológicas, priorizando pontos diferentes, enquanto que meus amigos, se apegaram de tal maneira as ideologias, que não conseguem nem pensar numa proposta que não seja a de esquerda? Neste momento eu estou empenhado em terminar meu novo livro cujo nome será "O Cérebro e as Emoções". Aliás, eu entendo bem a brincadeira de um colega que me disse, que um livro não se termina, se abandona. Eu já o havia abandonado, antes, com intensão de lança-lo no mês de outubro em Nova York, durante o Congresso Mundial de Psiquiatria Cultural, mas retomei para incluir o que pensam, alguns dos maiores destaques da psicologia, sobre o tema. Talvez estejamos todos adoentados no Brasil, e em muitas partes do mundo. Se algumas doenças psiquiátricas caracterizam-se pela falta de lógica de um paciente diante dos fatos, poderia agora tentar uma explicação levando em conta mecanismos patológicos de um bom número de cidadãos. Machado de Assis, arriscou pensar assim com O Alienista. Nós, etnopsiquiatras, membros da ABE, mesmo com nossas divergências, deveríamos optar como cientistas sociais sobre o tema. Aliás, este é o objetivo desta longa postagem no nosso blog. Ontem acompanhei meu pai, com 92 anos, assistir o empate do São Paulo e a perda da liderança do Campeonato Brasileiro, para meu arqui-inimigo o Palmeiras. Numa casa de professores, em que fomos criados, a liberdade que nos proporcionaram e a competitividade que possuíamos, fez com que eu me tornasse corintiano, meu pai são-paulino e meu irmão santista. E se numa eleição, que iremos enfrentar na próxima semana, pudéssemos fazer escolhas passionais como fazemos pelo futebol? Mas não podemos. Teremos que filtrar as mentiras das maquiagens de campanha e as nossas dificuldades pessoais, para escolhermos um representante oportuno para este nosso momento e que possa fazer por toda a sociedade.

Em Lins, atrás de casa, num quarteirão em que passei minha infância, o velho Colégio Salesiano se tornou um bela Universidade. Foi lá que fui dar minha segunda palestra na região. Professores e alunos lotaram um plenário grande e confortável, para ouvirem "Integrando Psicoterapia com Psicofarmacologia". Contei-lhes, também, minha intensão de, sob olhar da etnopsiquiatria e com inspirações nos bastidores do comportamento humano e funcionamento do cérebro, tentar finalizar um artigo para o blog sobre os dilemas de nossas escolhas políticas. Pretensão minha. Eu estou perdido. São observações, cujas constatações não me permitem escrever, mas ter sensações para guiar o meu instinto na eleição desta semana. Neste intervalo, um outro querido colega da ABE me manda um vídeo, onde o desconhecido crítico explica que estamos votando no Bolsonaro, movidos por medo e por ódio. Mesmo que possamos explicar as diferentes posições pelos aspectos emocionais, a pessoa que postou o vídeo, ficou limitado pela simplificação ao dividir o eleitorado e influenciado pelos preconceitos que atribui àquele candidato. A meu ver, neste momento, recebemos influências diversas, dos nossos dilemas pessoais, que poderiam sim ser traduzidos por medo, ódio e outros tantos sentimentos. Os mais saudáveis teriam maior condição ao desapego pessoal, ou a necessidade de impor seus pontos de vista, para uma análise mais holística dos fatos. Estes mais saudáveis se concentrariam no problema e o maior deles o ético, a meu ver. Que diabo de democracia é esta, que queremos para o nosso país, com crimes, provavelmente políticos, não resolvidos na era PT, envolvendo o caso do ex-prefeito Celso Daniel e Toninho. Queima de arquivos? Corre riscos também Palocci e outros petistas que denunciaram seus comparsas de serem assassinados? Enfiaram a faca no Bolsonaro, sabe lá a mando de quem? José Dirceu não recorreu a delação premiada para diminuir suas penas, como fizeram alguns petistas. Desconhecia as provas apresentadas pelas investigações ou ele tem outras razões? Qual o modelo de democracia que essa esquerda, que não é a minha e nem de muitos de meus colegas, o PT esta propagando? A da Venezuela, da Coreia do Norte, ou do Irã? - comenta um conterrâneo em Lins, na mesa de uma padaria onde nos reencontramos. O melhor modelo para o Brasil seria o de Cuba? Os meios usados pelos politicos atuais (e aqui não se restringe somente aos do PT), justificariam seus fins, e a postura criminosa endêmica naquele meio, para manterem-se no poder? O dinheiro que o povo emprestou, através do BNDES, na gestão PT, foram também para empresas como JBS, GRUPO Odebrecht e de lá, para os bolsos dos que receberam em forma de propina, finalmente desvendado pelas operações do Ministério Público e Polícia Federal. Para surpresas dos brasileiros, parte dos empréstimos foram para governos estrangeiros, como os da Venezuela, Angola, Cuba, Uruguai e Bolívia. Exceto o Uruguai, a lista de países que nosso governo beneficiou, são significativamente envolvidos com a corrupção. Estavam financiando ideologias e ganhando em forma de propinas, no mesmo mecanismo utilizado com as empresas envolvidas nos crimes?

Eu sou de perfil otimista, e voltado a desafios na minha vida. Nem sempre me dei bem, mas busco constantemente crescimento, novas experiências e reconheço em mim um desejo de uma família melhor, e consequentemente uma comunidade nacional e mundial mais saudável. O ser humano, com o aprimoramento de nossa civilização, teve suas necessidades básicas como, as de sobrevivência mais asseguradas. Até as condições de segurança foram aprimoradas se acompanharmos o desenvolvimentos histórico das civilização. São mais significativas na Suécia em comparação com Moçambique, por exemplo. No Brasil, especificamente, vivemos uma crise de violência e alta taxa de homicídios, mas, quando um ser humano conquista o alimento necessário para sobrevivência e condições mínimas de segurança, será estimulado a revelar outras de suas potencialidades. Abraham Maslow, psicólogo humanista, considerado como um dos mais expressivos do mundo, inventou o conceito de Auto-atualização. Em 1979, quando li sobre ele pela primeira vez não havia entendido muito bem esse conceito. Hoje, com a tecnologia de nossos aparelhos, sempre estamos recorrendo a uma atualização. Com ela aprimoramos o funcionamento destes dispositivos, além de que, eles se comunicam melhor com demais aparelhos e aplicativos. Para Maslow, o homem que possuísse a capacidade de se auto-atualizar além de ser mais saudável para lidar com os fatos da vida, também tem melhor capacidade de transcender. O pensamento deste tipo saudável é mais holístico e mostram capacidade maior à cooperação, por estarem menos comprometidos com seu Ego. Nesta concepção deste psicólogo, que recebeu forte influências da Antropologia Cultural , particularmente de Ruth Benedict, as ambições de políticos e a rigidez ideológica deles sobrepondo aos interesses sociais, para aos quais foram eleitos, deixou muitos brasileiros perplexos. Como ainda é possível enganar, as massas desfavorecidas pela falta de conhecimento ou de estrutura social e psicológica para se posicionarem, a campanha da esquerda continua a todo o vapor negando os fatos. Para os corruptos tornou-se um caso de perda da liberdade. Sem os privilégios, todos terão que pagar pelos seus crimes e amargarem a importância histórica, que vinham tendo no Brasil.

As sociedade são diversas, assim como, seus integrantes possuem diferentes características. Apesar destas diferenças repetimos necessidades básicas e fisiológicas, como também possuem outros mamíferos. Minha cachorra Meg demonstra diariamente a necessidade de carinho. Muitos de nós, desejamos frequentemente ser estimados. Se no meu passado fui super-protegido, posso não ter desenvolvido tão bem mecanismos de autonomia. Ou se, fui criado com rigidez, pelas exigências exageradas dos meus pais, sempre estarei buscando no presente compensações para minha auto estima. Mas tudo isso é relativo, a satisfação ou frustração das massas. Por exemplo, a mesma satisfação demonstrada por um chinês, pelas melhorias de condições de vida naquele país, não seria avaliado desta forma por um sueco, que reclamaria da falta de liberdade na China e das injustiças sociais. A relatividade dos ambientes interferem no nosso comportamento. No Brasil ainda discutimos que as ações das pessoas, e sobretudo de quem deveria dar exemplo, nossas autoridades eleitas ou não, deveriam ser éticas. Em contraste com a Dinamarca, número um em transparência na gestão política e ética social, é irrelevante discutir que gestores e população precisam ser honestos. Nós, brasileiros, que amargamos as piores posições neste ranking, ainda precisamos dar exemplos e fazer campanha. Dentre os piores países do mundo se encontram os comandados polo crime organizado, pelo tráfico e pela corrupção. O meu voto desta semana vai com objetivo de aplacar esta nossa infeliz marca. A Colômbia, hoje em melhores condições, já ocupou uma posição entre os piores países do mundo, com todos os setores governamentais sendo reféns do tráfico. Fortes focos neste setor pode ser encontrado no México, que recebe e distribui drogas vindas de diversas partes do mundo, como alguns países pobres da África, da América do Sul, Afeganistão de onde vem o ópio, e outros locais onde se produz a cocaína, o MMDA (o cristal)e o ecstasy. Se mais saudáveis o ser e a sociedade expõem mais amor, falam mais a verdade, são mais criativos e demonstram mais vivacidade. Desenvolvo sistematicamente nos grupos de Terapia Social, de que quando o grupo, ou a sociedade estiver sendo beneficiada é bom para todo mundo? Uma sociedade nesta condição, mesmo que com seus traços competitivos, se não forem exagerados, ela tem propriedade que supera a dimensão de seus integrantes. Ruth Benedict, que escreveu "Padrões de Cultura" (é bem legal, puxem o PDF pela internet e leiam) e foi professora de Maslow, definiu o termo sinergia pioneiramente como o grau de cooperação e harmonia interpessoal numa sociedade. Esta ação resultaria num efeito global na sociedade em questão. Somos prejudicados pelos juízos de valores que estamos constantemente fazendo. Por outro lado, como disse Benedict, pessoas e sociedades podem uma ser melhor do que a outra. A meu ver, eu deveria escolher um candidato menos comprometido com o crime organizado, como o Bolsonaro, apesar de sua inexperiência. É mais fácil capacitar este, se suas intenções são boas, com recursos de governabilidade, do que dissuadir os envolvidos com grupos organizados "pelo poder a qualquer custo". Meu desejo é que o Brasil, a despeito de sua diversidade étnica e social, caminhe em direção a uma elevada sinergia social, onde prevaleça os sentimentos positivos e a boa vontade entre nós. Aproveitando ainda mais a antropóloga cultural, um caçador volta a aldeia com sua caça e reparte com os demais. Ao invés de esconder a descoberta do local onde encontrou o alimento abatido, revela, não pela necessidade da estima de todos, mas naturalmente por ter noção de que não esta fazendo por si, mas por todos, como continuidade do seu ser. Que o discernimento e transcendência ilumine os brasileiros. Estou na sala de embarque, pensando no Álvaro Dias, talvez o melhor candidato, e ainda só tendo a certeza do "eles não". A escolha certa, Bolsonaro, ainda que para mim não seja o melhor do teste.